Aprender Design

1 de out de 2025

Perguntas, Respostas: Pedro Cormann

bia varanis

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Head de Comunicação

Quem são os alunos e professores que fazem parte da Aprender Design? Na série “Perguntas, Respostas”, buscamos apresentar as trajetórias e as referências criativas de pessoas que formam a nossa comunidade. 

Conheça Pedro Cormann, Co-fundador do Unflat Studio e Diretor de Arte.

Oi, Pedro! Pode começar nos contando algo que você acredita que te define bem para quem não te conhece? Uma característica, um hobby, uma frase…

Salve! Sou carioca, 32 anos, gosto muito de música e violão de 7 cordas. Talvez meu traço mais marcante seja ser bem empreendedor.

Como um bom brasileiro de família sem grana, já fiz um pouco de tudo… de ajudante de marcenaria a músico de pagode, mas apesar da jornada desconexa, tudo acabou fazendo sentido há uns 4 anos, quando larguei um emprego no marketing e co-fundei a VITULO&CO, que virou a UNFLAT, um estúdio de arte, tecnologia e design, em que tenho atuado como diretor criativo, engenheiro de machine learning e artista.

Parar pra pensar que já fui pra Shanghai, Berlin, San Francisco e Lisboa a trabalho e já fizemos diversos projetos nacionais e globais pra marcas como TikTok, Instagram, Tiffany, L'Oréal, Nubank e Itaú, me deixa bem feliz.

Pode me contar um pouco da sua trajetória no design?

Até os meus 20 e muitos anos eu não imaginava em trabalhar com design, estudei Engenharia na PUC, nos primeiros anos de curso trabalhei como músico de pagode/samba e com o que mais surgisse, mas logo percebi que viver de música e pagar aluguel seria quase impossível, nesse processo aceitei que trabalharia com qualquer coisa (lícita hahaha) que desse dinheiro. 

Mudando de estágio em estágio, cheguei na do bem™, uma startup design-driven que tinha acabado de ser comprada pela ambev. Rapidinho me apaixonei pelo ambiente informal-de-alto-nível, a forma de tratar os consumidores e a visão dos fundadores. Além de poder ver de perto o impacto do branding no negócio, com o trabalho foda da Hardcuore.

Alguns anos depois, já efetivado no marketing, conheci e contratei o Gustavo Vitulo, um designer de 24 anos que trabalhava com inovações e estava famoso pelos seus filtros de Instagram. Viramos amigos, meses depois me demiti e fundamos a VITULO&CO, um estúdio focado em filtros de redes sociais e realidade aumentada.

Em 2021, no primeiro ano de empresa, em plena pandemia, me vi liderando um estúdio com 15 pessoas, projetos globais e faturamentos milionários. Éramos a dupla perfeita, eu fazia o negócio crescer, Gustavo entregava qualquer projeto com maestria. Nunca vou me esquecer dos projetos globais que fizemos pra Tiffany & Co ou Oreo, com nosso “inglês das ruas” mas muita vontade e disposição. Infelizmente o meu amigo-sócio lutava contra um câncer e se foi no fim de 2022. 

Depois de anos muito intensos, me vi completamente perdido, fechei a empresa, parei alguns meses e comecei a estudar design e programação e tempos depois acabei criando a UNFLAT.

O que é design para você?

Forma, processo, meio, ponte para transformar intenções criativas em produtos, experiências, visuais, sons ou até em emoções.

Tem algum trabalho no seu portfólio que você curtiu muito fazer e gostaria de nos contar sobre?

Recentemente, junto à UNFLAT, participei de uma exposição chamada SAMBACORE. Criamos algumas instalações de arte e tecnologia, dentre elas a obra “Poster”, em que, através sensores de micro movimentos, batimento cardíaco e respiração, captávamos a forma na qual um samba atravessa corpos pra desenharmos posters únicos, que foram impressos e entregues aos visitantes. Uma grande viagem, só vivendo pra entender.

O processo de design dessa experiência me marcou bastante, porque traduzir a música samba em linguagem visual, conectar com sinais do corpo e transformar em algorítmos que desenham, além do desafio tecnológico, foi bem bonito, porque uniu conhecimentos bem particulares da minha vida com muita entrega e talento do Guilherme, Gabriela e João, que integram nosso time. Além disso, ver os visitantes da exposição se emocionando com a instalação, foi muito satisfatório.

Pode compartilhar com a gente alguma referência ou algo que você curta muito na sua área? 

Nina da Hora é minha maior ref quando o assunto é pensar em tecnologia de forma profunda, crítica, sagaz e brasileira; pra mim, ela personifica a frase “pegua o que você faz de melhor e faça pelo seu povo”.

Random Studio é um estúdio de Amsterdam que une muito bem arquitetura, design e tecnologia, foi a maior ref pra criarmos a UNFLAT, amo a ideia de criar instalações tech sem a estética cyberpunk, matrix, coder, setup gamer com led rgb (hahahaha), que a maioria dos estúdios de design + tecnologia adotam.

Florentina Holzinger é simplesmente genial, pensando em design de experiência, assistir uma peça dela em Berlin foi o entretenimento mais emocionante e impactante da minha vida.

E por fim, Pauric Freeman é um irlandês que mistura tecnologia, type, música, pra mim ele é o camisa 10 e faixa na arte de criar visuais incríveis pra música, algo que quero muito me aprofundar nos próximos anos e criar a minha própria estética.

Você foi estudante da escola. Pode contar um pouco da sua experiência ou algo que você mais curtiu?

Claro! Fiz 4 cursos, tô quase completando meu cartão fidelidade hahaha. Fiz Design Comportamental, Base: design de produtos digitais, Art Direction 101 e Decodificando Identidades.

Quando conheci a escola, achei bem forte a proposta de ensinar a pensar ao invés de ensinar só métodos/ferramentas. O que senti que foi um processo de aprendizagem menos instantâneo, porém mais efetivo. Todos professores foram super generosos, dá pra sentir o amor pelo o que fazem, é tudo muito prático e real. Eu adorava, particularmente, as curiosidades sobre as trajetórias e carreiras no exterior, foi bem inspirador.

O meu plano era criar um novo estúdio de design e tecnologia mas dessa vez, eu queria ser mais mão na massa. Deu super certo! Hoje consigo associar diversos aprendizados que tive na escola com entregas de projetos pro TikTok e Loreal que fiz a UI, por exemplo, que antes eu terceirizaria; ou diversos outros aprendizados que acabo aplicando em instalações artísticas.

Acompanhe Pedro Cormann no Instagram, no Linkedin e conheça o unflat studio.

Aproveite para ler outras entrevistas:

Manuela Paiva, Diretora de Arte e Designer.

Paula Brito, Sênior Designer na Work & Co.

Danielly Caetano, Designer Gráfica na Oliver LATAM e aluna da escola.

Lucas D'Ascenção, Designer gráfico, Diretor de Arte, Ilustrador e aluno da escola.

Renato Mendes, professor do curso de Estratégia de Produtos Digitais.