Aprender Design

1 de ago de 2025

Perguntas, Respostas: Manuela Paiva

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Escola

Quem são os alunos e professores que fazem parte da Aprender Design? Na série “Perguntas, Respostas”, buscamos apresentar as trajetórias e as referências criativas de pessoas que formam a nossa comunidade. 

Conheça Manuela Paiva, Diretora de Arte e Designer.

Oi, Manuela! Pode começar nos contando algo que você acredita que te define bem para quem não te conhece? Uma característica, um hobby, uma frase…


Olá, pessoal! Meu nome é Manuela Paiva, mas podem me chamar de Manú.
Sou uma mulher lésbica, tenho 30 anos e sou uma caiçara vinda de Cabo Frio, no Rio de Janeiro. Atualmente, vivo nessa cidade louca que é São Paulo.

Como uma boa criativa inquieta, eu desenho, pinto, faço colagens e fotografo. Gosto de observar o que me cerca e tenho como missão não perder o carinho pelos detalhes. Observar e registrar a vida, sem ser engolida pela rotina, é o que mantém meu coração batendo mais forte.

Pode me contar um pouco da sua trajetória no design?

Desde muito jovem, me apeguei à tecnologia. Lá pelos 12, 13 anos, minhas primeiras criações surgiram: convites de festa para amigos da escola, layouts de blogs… Lembro que, por um tempo, até vendia headers personalizados pra galera que participava de fóruns online. As pessoas começaram a dizer que eu levava jeito pra coisa, e foi assim que, aos 17 anos, comecei um estágio numa agência de publicidade da minha cidade natal.

De lá pra cá, foram muitos mergulhos em pesquisa, muitas histórias pra contar, e entre o design e a direção de arte, já somo 12 anos de estrada.

O que é design para você?

Pra mim, design é, essencialmente, tudo que concretiza uma ideia de forma visual.
De uns anos pra cá, tenho me atentado a pensar o design para além da lente acadêmica, norte-americana e europeia. 

O design pode estar nas academias, nas grandes galerias de arte, mas também está no jarro de abacaxi de plástico em que a sua vó te serve um suco no meio da tarde.

Pensando nisso, tenho recolhido fotografias de um design que não pede licença para existir no Tipografia Popular

Tem algum trabalho no seu portfólio que você curtiu muito fazer e gostaria de nos contar sobre?

O trabalho que fiz para o álbum A Volta da Malandra, da Dory de Oliveira, é um dos que guardo com muito carinho. Esse álbum celebra os 20 anos de carreira da Dory no rap, uma mulher preta e lésbica com uma trajetória potente.

Sendo também uma mulher lésbica, esse tipo de projeto se conecta profundamente com quem eu sou. Poder somar na caminhada de mulheres que se parecem comigo me faz sentir verdadeiramente realizada.

Pode compartilhar com a gente alguma referência ou algo que você curta muito na sua área? 

Primeiro, mulheres. Mulheres sempre serão minha inspiração. As brasileiras Tereza Bettinardi, Giulia Fagundes e Julia Custodio são algumas das profissionais cujo trabalho sempre admirei, e ainda tive o prazer de ter aula com elas na Aprender.

Gostaria ainda de citar alguns livros que me inspiraram muito ultimamente.
Um é o “Briar Levit: Sobre Design, Feminismo e Amizade”, que fala sobre a importância da história do design feita por mulheres.

Queria também compartilhar alguns livros que têm mexido comigo ultimamente.
Um deles é Briar Levit: Sobre Design, Feminismo e Amizade, que fala sobre a importância da história do design feita por mulheres.

E como a política também é algo que me atravessa fortemente, não posso deixar de mencionar Os cartazes desta história, que mostra o design como ferramenta de resistência por meio de 200 cartazes históricos. E Armado pelo Design, que foca na intersecção entre design gráfico e solidariedade política, tendo como destaque a atuação da OSPAAAL (Organização de Solidariedade dos Povos da África, Ásia e América Latina) durante a Revolução Cubana.

Você foi estudante da escola. Pode contar um pouco da sua experiência ou algo que você mais curtiu?

Ingressei no curso Base Design de Comunicação em um momento da vida em que eu estava cheia de incertezas e precisava de algo que me reconectasse com o prazer de criar. A Aprender acabou sendo uma peça essencial nessa busca por propósito e autoestima que eu vinha construindo.

Tive aulas com diversos profissionais que eu já admirava, e os debates em sala sempre me deixavam com vontade de continuar conversando, trocando, questionando.

Sinto que a maior joia da Aprender é justamente a pluralidade, e indico pra todo mundo que quer fugir dos discursos repetitivos do mercado.


Acompanhe Manuela Paiva no Instagram e no Linkedin.

Aproveite para ler outras entrevistas:

Lipe Maria, Antidesigner e Artista Multimídia.

Rafaela de Prada, Diretora de Arte e Designer.

Paula Brito, Sênior Designer na Work & Co.