Aprender Design

20 de out de 2023

Perguntas, Respostas: Lucas D'Ascenção

Bia Varanis

Head de Conteúdo

Quem são os alunos e professores que fazem parte da Aprender Design? Na série “Perguntas, Respostas”, buscamos apresentar as trajetórias e as referências criativas de pessoas que formam a nossa comunidade. 

Conheça Lucas D'Ascenção, Designer gráfico, Diretor de Arte, Ilustrador e aluno da escola.

Pode falar algo que acredita que te define bem para quem não te conhece? Uma característica, um hobby, uma frase…

Eu acho que uma das principais características que me define é ser curioso. Isso moldou minha forma de pensar e de ficar instigado, tanto com o design em si quanto com a vida num geral. Adoro passar horas pesquisando coisas, referências, antiguidades, imagens, tutoriais, e sinto que isso reflete 100% no trabalho e linguagem que tenho desenvolvido ao longo dos últimos 6 anos. Óbvio que isso acontece de acordo com a possibilidade, às vezes precisamos ser mais diretos no momento da pesquisa quando vamos criar algo, outras vezes queremos só assistir aquela série atrasada, mas dedicar um tempo à isso e desenvolver uma forma de catalogar esses achados é uma forma de prover ferramentas preciosas para a hora da criação. 

Ah, e uma outra coisa que é um hobby: cozinhar. Ser curioso na cozinha é algo que me relaxa e me faz ser criativo, num outro aspecto da vida. Entre erros e acertos, agora tenho estudado um pouquinho de fermentação. Tenho testado receitas e, entre acertos e erros, tem sido interessante esse processo. 

Pode me contar um pouco da sua trajetória no design? 

Minha trajetória no design começou aos 14 anos. Bem naquela época, dada a dificuldade financeira da minha família e o sonho de passar em escolas técnicas públicas (como Cefet e Coltec, em Minas Gerais), eu prestei alguns vestibulares. Acabou que eu ganhei uma bolsa de estudos no Senai MG que, para além da gratuidade do ensino médio em uma escola particular, me deu a possibilidade de cursar o curso técnico de Design de Móveis. Foi aí que conheci o design e me apaixonei. 

Com o final do ensino médio, passei na faculdade de Design de Produto, curso que me graduei na Escola de Design da Universidade do Estado de Minas Gerais. Ter estudado design de produto me permitiu ter uma visão mais ampla da área, mas foi quase impossível encontrar um estágio. Foi aí que me adentrei no universo do design gráfico: entre estágios, primeiros empregos e cursos, aprendi muito do que aplico hoje em dia nos trabalhos e projetos que desenvolvo. 

Recentemente, após me mudar para São Paulo, encarar a vida de freelancer e trabalhar junto da designer Tereza Bettinardi pelos últimos dois anos e meio, recebi premiações importantes para a minha carreira. Fui nomeado pelo Latin Design Award (LAD) como Young Talent da América Latina, junto de um time de outros 8 designers, para além de ter palestrado no festival da premiação (o LadFest) e ter ganhado Bronze em no projeto de embalagens para Supercâmera (o primeiro projeto que submeti na vida!).   

Você foi aluno do curso Decodificando Identidades, onde desenvolveu a playlist Yas, em conjunto com Euller Cardoso e Paulo Silvino. Pode contar um pouco da sua experiência?

Durante a pandemia, fiz uma grande pesquisa de cursos que poderiam acrescentar conhecimentos à minha vida de designer. Entre uma lista de 5 cursos, o que mais me chamou atenção foi o Decodificando Identidades, tanto pela estrutura que o curso fornecia quanto pela experiência dos professores. Fiz parte da primeira turma do curso e foi uma experiência incrível. 

Para além de conhecer o trabalho de designers incríveis que estavam na turma, eu pude aprender sobre outras ferramentas que deixaram o meu processo de construção de marca mais robusto. Foi a partir dos exemplos que Carlos e Julia compartilharam que pude configurar melhor o meu processo criativo, estruturá-lo de uma forma mais sistemática e, ao mesmo tempo, flexível. Sou grato ao conhecimento que ali aprendi no curso.

Pode compartilhar alguma referência ou algo que você curta muito na sua área? 

Como disse anteriormente, essa parte de pesquisa realmente me encanta, e me encanta muito ver outros designers que tem se dedicado à essa atividade, principalmente quando falamos de memória gráfica brasileira interiorana e caipira. Acho que existe algo de muito precioso e pouco explorado nas composições, técnicas de ilustração e processos de impressão antigos. 

Cito aqui alguns designers, estúdios e artistas que me inspiram: Rafael Quick (em Belo Horizonte, junto de Daniel Colares), Estúdio Arado e sua equipe de designers (Bruno Brito, Luis Matuto, Ana Letícia, Luiza Maximo, entre outros), e o trabalho da artista Lotus Lobo e do ilustrador Percy Lau.

Por mais que meu trabalho não necessariamente esteja amarrado ao mesmo acabamento estético, é na pesquisa de referências e na tradução desse imaginário estético que me sinto inspirado a testar outras coisas, para além do que estou acostumado a ver no dia a dia. 

Pode comentar um pouco do seu trabalho com livros? Talvez algo do processo que você mais curta ou dividir alguma curiosidade com a gente. 

Amei a pergunta! Hoje em dia, para além de trabalhos em design gráfico para marcas, direção de arte e ilustração, eu também tenho me aventurado no universo do design editorial. Acho que esse universo lida sempre com uma complexidade de informações e limitações interessante para o processo criativo em design.

Essa forma de olhar, organizar e categorizar as informações me encanta muito e tem me auxiliado a pensar outros tipos de projeto que não necessariamente envolvem livros, revistas, catálogos, anuários, etc.

E sim, ver um livro pronto, impresso, e sendo espalhado pelo mundo realmente é algo que emociona. 

Acompanhe o Lucas D'Ascenção no Instagram. Confira mais sobre seus trabalhos clicando aqui

Aproveite para ler a edição de "Perguntas, Respostas", com Caio Luan, Senior Product Designer na SumUp e aluno da escola, ou com o Renato Mendes, professor do curso de Estratégia de Produtos Digitais.