Decifrando Comportamento
e Consumo

Neste primeiro encontro, iremos discutir o que é pesquisar, trazendo uma visão geral do processo de pesquisa e as melhores práticas. Com Laurence Bardin, discutindo a análise de conteúdo em pesquisa qualitativa, e Jorge Larrosa Bondía, discutindo o saber da experiência, vamos entender o que faz um pesquisador, que chamaremos de arqueólogo, e como ele mergulha nos saberes e experiências para gerar insights.

Quando há uma demanda por uma pesquisa, é fundamental sentar de frente a uma mesa e abrir um mapa em branco. Ler, compreender, criar hipóteses, dialetizar, se indagar e finalmente cercear qual o problema de pesquisa que temos é fundamental para uma boa pesquisa. Tendo o desafio bem delimitado, é hora de planejar a escavação. Aqui vamos fazer deep dive em materiais e falar muito sobre o assunto. Levantar hipóteses, entender vieses, fazer entrevistas com cliente, etc. Também discutiremos a não universalidade das respostas. Vamos entender quais ferramentas são possíveis e decidir as melhores ferramentas para cada projeto.

Ainda na fase de fazer um plano para pesquisa, essa aula será dedicada totalmente à elaboração de um roteiro e questionário. Como elaborar um roteiro? Quais perguntas devem ser feitas e em que ordem? Para além de exemplos e caminhos possíveis, vamos coletivamente separar temas e pedir que cada aluno elabore um roteiro para futuramente realizar uma entrevista. Vamos apresentar a ideia do roteiro em funil e discutir como escolher os vieses da pesquisa.

O momento de ir a campo, de escavar as informações, é o momento de estar de frente com o objeto estudado. Como extrair as melhores respostas? Como se portar durante entrevistas e grupos, ler o ambiente e o contexto? Como provocar contradições? Sustentar incoerências e manter sempre no horizonte o objetivo e as perguntas que precisamos responder? Nesta aula teremos diversos exemplos de metodologias usadas na pesquisa qualitativa, mas é também uma aula que promete um grande bla bla bla, em que possamos conversar muito sobre as experiências e as diferentes estratégias para se lidar com o campo.

Depois da fase de campo, é preciso fazer alguns processos com o que foi coletado – tanto da pesquisa em si como os dados secundários e visão interna do cliente. Há um tempo de decantar a experiência em si, pois o arqueólogo e sua intuição são peças fundamentais para a leitura dos dados. Após ter os dados em mãos, é preciso organizá-los, categorizá-los, buscar as repetições, contradições, potenciais e fraquezas das informações. Sairemos dessa aula entendendo que analisar o que foi escavado é saber equilibrar a intuição – dada a partir da experiência – com a razão – dada a partir da categorização e repetição dos dados coletados.

Para pensar a narrativa, é preciso escutar e ler o cliente ou quem receberá os resultados. Como essa pessoa se relaciona com o saber da pesquisa? Se for mais negacionista, é preciso levar evidências. Se for mais aberta, é importante levar mensagens disruptivas. Transmitir os achados e insights da pesquisa é uma tarefa difícil. O foco é passar a mensagem, não o preciosismo da pesquisa. Vamos discutir a técnica de construir uma narrativa em que vá somando-se saberes e informações ao longo de uma apresentação, mostrando exemplos de frases potentes, textos claros e convidativos.